Os portugueses não sabem ou então não têm noção do que é ter sorte. Vou-vos mostrar um exemplo do que os portugueses pensam que é ter sorte.O Zé encontrou-se com o António e pergunta-lhe:
- Hei Hei ó Tono, o Manel?
E o António responde:
- É pa! Teve um acidente de carro, despistou se por uma ribanceira abaixo e partiu uma perna
E o Zé diz:
- Ah! Teve sorte, podia ter partido as duas.
- Mas se partisse as duas tinha na mesma sorte….
O Zé encontrou-se, dias depois na tasca do costume, com o António e pergunta-lhe:
- Hei Hei ó António o Manuel?
E o António responde:
- É pa teve um acidente de carro, despistou se por uma ribanceira abaixo e partiu as duas pernas.
O Zé responde:
- Ah! Teve sorte, podia ter partido também os braços.
- Mas se partisse os braços e ficasse imóvel numa cadeira de rodas tinha na mesma sorte….
Uma noite o Zé encontrou se com o António e pergunta-lhe:
- Hei hei ó António viste o Manel?
De novo o António inteligentemente:
- É pa teve um acidente de carro, mandou-se por uma ribanceira abaixo e partiu os dois braços e as duas pernas. Olha, ficou numa cadeira de rodas.
E o Zé diz:
- Ah! Teve sorte, podia ter morrido.
- Mas se tivesse morrido tinha na mesma sorte…
O Zé encontrou-se há bocado com o António e, como sempre, pergunta-lhe:
- Hei Hei ó António, viste o Manel?
Responde o António:
- É pa teve cá um acidente de carro que te conto: despistou se por uma ribanceira abaixo e morreu todinho.
E o Zé diz:
- Ah! Teve sorte, coitadinho, podia ter sobrevivido mas numa cadeira de rodas sem poder fazer nada e assim foi melhor que Nosso Senhor o levasse.
Os portugueses não sabem o que é ter sorte porque o desgraçado do Manel teve sempre sorte em todas as situações… Até para morrer!
JAM
2 comentários:
Nunca estamos contentes com a vida que temos e há sempre alguém pior do que nós.
Sim, pior estava o carro. Dele ninguém falou, coitadinho.
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